Apenas um espaço para livre expressão dos meus pensamentos, das coisas que eu entendo ou não, de textos e poesias de terceiros, ou qualquer outra coisa que der na telha. Afinal, a internet nos permite tudo isso e muito mais. That's all!

28 janeiro, 2006

Deu no New York Times...

bom, na verdade foi no ValeParaibano, mas tá valendo: http://jornal.valeparaibano.com.br/2005/09/14/turismo/diario.html

o texto era muito maior, muito mais explicativo, muito mais bonito, mas muito mais que tudo, era muito mais meu... por que existem os editores que cortam tudo???



Londres: turismo e experiência de vida


Tchau família, adeus amigos. Os sentimentos de solidão e saudade que logo batem ao entrar no avião é superado pela ansiedade de estar numa viagem sem data para voltar rumo a uma nova realidade, totalmente desconhecida. Assim começou minha viagem a Londres.

Como muitos brasileiros, saí do país para estudar inglês e buscar um emprego que me rendesse um bom dinheiro. Mas a convivência com pessoas que há tempos buscavam, sem sucesso, uma estabilidade financeira, me fez perceber que esse papo de ficar rico no exterior não é real. Portanto desisti da idéia de trabalhar e tratei logo de aproveitar o pouco tempo e dinheiro que restavam para curtir o que Londres tem de melhor a oferecer. E não são poucas coisas.

Como todo bom turista, a primeira coisa que vem à cabeça é conhecer os famosos pontos turísticos, como a torre do parlamento inglês e o Big Ben, o Hyde Park, o rio Thames, a roda gigante London Eye, os teatros e museus, além do castelo da rainha e a troca de posto da guarda real.Como ainda me restavam mais quatro semanas, busquei conhecer melhor o que mais me chamou a atenção assim que desembarquei na Inglaterra: a vasta diversidade étnica. Londres abriga gente de toda parte do mundo, desde europeus e americanos a asiáticos, árabes e africanos, cada qual preocupado em preservar sua cultura e seu modo de vida.E não há nenhum lugar melhor para se conhecer pessoas na Inglaterra do que nos pubs, os clássicos bares ingleses. Londres possui pubs para todos os gostos e bolsos.

Mas o mais importante dessa viagem foi que as lembranças que eu trouxe de volta não foram compradas na Oxford Street, a rua que abriga as lojas mais famosas do mundo, mas sim trazidas na minha mente. Uma tarde inteira ao lado de amigos de diversas partes do mundo, acompanhados de um legítimo jantar japonês, não pode ser comprada. Nem comparada a nenhuma marca de roupa famosa. Ficam as lembranças.


André Pires tem 24 anos é estudante de jornalismo.

22 janeiro, 2006

e por falar em pedra...


A sina do homem-pedra (ou Palavras para Luiza)

De repente, numa tarde de inverno, aquelas letras soaram alto no meu ouvido e , sem mais nem menos, arrancaram dos meus mórbidos lábios um lindo sorriso. Um sorriso que há muito tempo me deixou, partiu para bem longe. Seria a sina do homem-pedra ser quebrado ?

De repente, sem bater, seu belo rosto entrou pelas portas do meu mundo. Você parou, me olhou e, por fim, cantou uma velha canção: aquela que falava de amor e ódio. A mesma que um dia nos fez pensar, refletir sobre nós mesmos e nossas vidas fúteis.

De repente fiquei bravo, parado diante da impossibilidade de lhe retribuir. Você me beijava a face como a mãe que beija o filho que dorme cansado, que descansa da vida. Não pude dizer o quanto aquilo me fez feliz.

Me senti mais pedra do que nunca, tão imóvel quanto a rocha que apanha das águas do mar e nada faz para se defender. Me senti frio e seco como gelo. Trancafiado num congelador de ilusões onde nada acontece, onde tudo é estático. O homem-pedra estava mais pedra do que nunca.

Mas uma folha caiu, se desprendeu do seu passado e pousou sobre o chão molhado. A poça d’água refletiu seus olhos verdes, tão verdes quanto aquela folha. Isso me fez lembrar do passado, das conversas na varanda, do quanto já significamos um para o outro, do quanto nos separamos, nos perdemos.

E agora aqui está você, mesmo que apenas em palavras, me fazendo sentir novamente. Sentir alegria, medo e dor. Sentir saudades.

São momentos como esses que me fazem viver, sem saber o que será do amanhã, que fim nos espera, se o destino nos juntará ou não. São momentos como esses que me fazem sorrir, que me fazem sentir. Momentos que me fazem perceber o quanto somos importantes, mesmo que para poucos. Momentos que me fazem lembrar daquilo que você me disse em silêncio, sem saber:
Que o amor é para sempre !!!

Então viajo de volta, numa longa jornada rumo ao meu mundo, e volto a lembrar do que senti naquela tarde de inverno, ao ler suas palavras. Naquela tarde o mundo parou e tudo em que pude pensar se resumiu a um só lindo pensamento: você.

De repente, o homem-pedra chorou. Molhou seu coração com lágrimas que há tempos não caíam. Quebrou as grades que o prendiam... e voltou a ser feliz.


ilustração: Mariama mg

19 janeiro, 2006

sobre pedras e corações, britadeiras e paixões

Apenas pedras e corações
Nada mais que me comova
Nem teu grito, nem tua dor
No teu choro um falso amor

Apenas britadeiras e paixões
Vem chegando bem de leve
Pra quebrar o belo e o feio
Pra matar quem nunca veio

Nada mais que corações
Nada bate, nada canta
Nada mais que as paixões
Nada vive, não adianta

E as pedras como ficam ??
Britadeira me responde
Tá tão dura de quebrar
Que nem dá pra acreditar

Como isso aqui nasceu ??
Fez-se duro o que era mole
Quem fez isso, meu senhor ??
Quem matou um belo homem ??

16 janeiro, 2006

Heavy Metal do Senhor

Domingo 6h00 da manhã

Noite intensa, cheia de cachaça
A cabeça entupida de cerveja
O fígado se retorcendo, culpa das tequilas
Que desciam acompanhadas do sabor azedo do limão
E o gosto salgado do... do sal
Um hamburgeur entalado na garganta
Daqueles que parecem não ir nem voltar
Hora de dormir, já tá "esclarecendo"

Domingo 9h30 da manhã

"São as jóias preciosas da coroa do senhor"
"Bla bla blaaaaaaa bla bla bla blaaaaaaaaa"
A cabeça agora estoura, o coração dispara
Inevitável não acordar, impossível dormir
O hamburguer ainda bate na garganta e quer sair
E os filhos do senhor já estão cantando
Felizes e contentes com suas cornetas desafinadas
E as crianças gritando, brincando embaixo da janela
Umas choram, outras correm, outras brigam
Sempre em alto volume, com o botão turbo plus ligado

E eu... não consigo mais dormir !!!
E eu... cá pensando:

Será que deus é surdo???
Será que ele gosta dessas músicas???
Será que ele realmente quer aquele dinheiro que eles pedem todo domingo???
Será que ele precisa da grana pra reformar o céu???
Ou será que ele quer passar as férias na Costa do Sauípe???

Sei lá, vai saber... a grana é pra ele mesmo, ele faça o que quiser
Só quero minha manhã de sono, só quero a minha paz.


12 janeiro, 2006

Palhaço do circo sem futuro

tudo começou quando o filho tinha vergonha do pai
seu pai era palhaço de um circo sem futuro

ele escondia dos amiguinhos a profissão do velho
não contava para ninguém, inventava outra coisa

e assim foi...

um dia ele se formou e foi estudar outra coisa
em alguma universidade, foi ser doutor

e assim foi...

um dia ele recebe a notícia de que o pai está doente
muito mal, está no leito de morte

ele resolve ir visitá-lo, com pena do velho
dar um último adeus e se desculpar pelo passado

e assim foi...

chega na casa do pai, senta ao lado da cama
tira a gravata, se ajoelha e diz:

_ pai, me ensina a ser palhaço ??

_ pai, me ensina a ser palhaço ??

_ pai, me ensina a ser palhaço !!

o pai olha para ele e, com os últimos suspiros, diz:

_ isso não se ensina, seu bosta !!!!

10 janeiro, 2006

Fechado para Balanço

Samba e amor
(Cinha)

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a
correria da cidade
Que arde e apressa o dia de amanhã

De madrugada a
gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a
nossa cama
Reclama do nosso eterno espriguiçar

No colo da benvinda
companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite
inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até
mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade,
que alarde
Será que é tão difícil amanhecer ??

Não sei se preguiçoso
ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até
mais tarde
E tenho muito sono de manhã.

06 janeiro, 2006

a vida e o pião

A vida, como um pião, dá muitas voltas; coisas vão, coisas vêm.

Perdemos muito no girar desse ciclo divino moldado pelo tempo. Tempo este que muitas vezes nos domina, nos envelhece. Nos faz desacreditar, desistir de tudo que podemos e sonhamos.

Ele é curto: quando nossa música preferida toca no rádio, os minutos se vão num instante, como folhas ao chegar o outono, levadas pelo vento pra bem longe.

Ele é cruel: algumas vezes o fim, sem anunciar, aparece na grande tela e o filme da nossa vida acaba sem um gran finale ou happy end.

Nos resta saber aproveitá-lo, sem parar para contar os grãos de areia que escorrem na ampulheta da nossa vida. Sem parar para pensar que nossos sonhos são impossíveis e que nossas utopias estão cada vez mais abstratas, distantes das nossas mãos.

Devemos agir, pois nossa vida é como o pião, com seu giro incerto e impreciso, dançando na mão do menino. E que a qualquer momento pode perder sua força e desabar.

05 janeiro, 2006

Agridoce

"Tudo mais que existe, só faz lembrar que o triste está em todo lugar"



Essa frase é um pequeno trecho da música "Agridoce", da banda mineira Pato Fu. Coloco-a aqui para tentar explicar o motivo do nome do blog: Reino da Alegria.

Primeiramente é preciso dizer que concordo peremptoriamente com a frase. As notícias ruins são constantes na mídia e, por incrível que pareça, aparecem com mais frequência no fim ou início do ano, só pra quebrar aquele espírito de prosperidade e esperança. Ano passado fomos inundados com manchetes de ondas gigantes que invadiram a terra e mataram milhares de inocentes. Este ano as chuvas voltaram para dominar as primeiras páginas. É desabamento por toda parte do Brasil e enchente e furacão por todo o mundo, mais uma vez matando milhares de infelizes.

Quando não é desgraça natural é desgraça social. Esta é mais comum, mas parece já não chocar tanto os seres humanos, uma vez que já se acostumaram com tanta morte besta, tanta miséria, tanta fome e tanto descaso.

Ano vai, ano vem e são sempre as mesmas desgraças, sejam elas naturais ou socias. Mas deixemos a revolta da mãe-natureza e a sociedade do medo de lado e voltemos ao assunto de hoje: o nome do blog.

Reino: espaço físico ocupado por uma sociedade comandada por um rei;
Alegria: sentimento constante de felicidade.


O grande problema é que essa constante felicidade, muitas vezes escancarada, nem sempre é tão constante quanto possa parecer. Por isso, um refúgio no Reino da Alegria pode (mas nem sempre consegue) conter a dor e a ansiedade de uma pessoa que tem um coração nati-morto pulsando aos trancos e barrancos dentro do peito, sofendo com tanta desgraça, tanta corrupção, tanta hipocrisia, tantas desilusões e tantos amores.

O medo de me tornar um ser desses dos quais eu tenho medo me aflige, me atormenta constantemente - Edukator é mera coincidência - e isso dói demais. Talvez seja esse o motivo pra eu querer viver no Reino da Alegria.

Mas talvez esse reino seja apenas uma bateria anti-stress emocional, criada para combater algo que nem exista e que nunca existiu, ou talvez seja uma forma de passar o tempo criando coisas inúteis, ou talvez seja uma forma de expressão de um jovem jornalista que precisa colocar sua cabeça pra funcionar. Ou talvez seja tudo isso e muito mais.

Não importa o que isso seja, só importa o que será. E isso ninguém sabe, nem mesmo eu.

"Tudo pode ser, nada vai te acontecer... não tema: esse é o Reino da Alegria".

04 janeiro, 2006

Ano Novo, Vida Nova !!!

2006, mais um ano se inicia... e o que isso significa?

Na verdade, acho que depende do que cada um planejou pra si. Suas metas, seus desejos e suas promessas, desde aquelas que realmente se concretizam até mesmo aquelas que só são feitas para aliviar a consciência, como a famosa frase após uma noite intensa de bebedeira _ "nunca mais vou beber na minha vida" _ ou aquela outra após o almoço de domingo na casa da vovó _ "amanhã começo o regime". Ano vai e ano vem e é sempre a mesma coisa.

Muitas vezes um ano novo não significa nada para muita gente. Estas pessoas são aquelas acomodadas, geralmente as que ficam apenas nas falsas promessas, se arrependendo da comilança na frente da televisão, esperando o Faustão abrir seu caminhão de babozeiras e trazer um mundo melhor para elas.

Mas há aquelas, e dessas vale a pena escrever, que partem para alguma coisa nova, nem que seja um novo esporte... ou mesmo um novo blog. Nem que seja para ler uma nova revista ou acessar sites diferentes e mais interessantes. Ou até mesmo achar uma nova maneira de se fazer algo que já se fazia antes, sempre em busca do desenvolvimento pessoal e ou profissional.

Amizades novas também são fundamentais para uma nova vida, mesmo quando já se tem verdadeiros amigos por perto. Afinal, fazer novos amigos nunca pode ser ruim, a não ser que você tenha o péssimo costume de dar presente de aniversário para eles. Contatos são fundamentais na hora de arrumar um emprego, na hora de conseguir uma boa fonte para alguma entrevista, na hora de entrar de graça nas baladas, na hora de filar uma bóia e uma cerveja na faixa e por aí vai.

E por que não se engajar em algum projeto social ou até mesmo criar o seu projeto social para ajudar alguma comunidade, ou mesmo alguma pessoa carente?? Fazer bem aos mais necessitados lava a alma e engrandece o espírito, além de lhe garantir algo a mais no currículo (as empresas dão valor a quem exerce esse tipo de trabalho comunitário).

Enfim, são muitas as coisas que se pode fazer para começar o ano novo com uma vida nova e depois estender essa novidade para o resto do ano, tornando-se, assim, uma pessoa realmente nova, com novos ideais e novos horizontes para vasculhar. Já dizia o cantor, músico e poeta Humberto Gessinger:


Novos horizontes, se não for isso o que será??






Feliz 2006 !!!