sobre rimas pobres numa noite fria..
“3 de outono”
Noite fria, os pés descalços
Corpo mole de cansaço
Já não é mais sexta-feira
Nem janeiro ou fevereiro
To perdido pelo tempo
Sem ter tempo pra mim mesmo
Nem ao menos em teus beijos
Eu encontro meus desejos
Sem a imagem no espelho
Eu me olho, não me vejo
Como cinzas (quarta-feira?)
Que no vento, só o cheiro
E o vazio no meu peito
É a lembrança que não veio
De uns dias tão felizes
Resta o sangue no banheiro.
e as horas passam lentas demais
e os dias parecem não ter fim
As folhas do calendário velho,
O vento carregou pela janela que ficou aberta
E a pequena fresta no coração de quem tentou amar
Hoje é grande demais para o peito frágil suportar
E a vida, assim, caminha para o fim
Corre lenta para o abismo, quase pára
Vai e vem, num lindo e delirante paradoxo
Sem destino, sem começo, solidão
e os meses estão longos demais
e os anos parecem não passar
Eu espero, sem saber aonde irei
Não me importo com mais nada
Hora, dia, mês ou ano
Março, junho, julho, agosto
Não tem mais a primavera
Nem inverno e nem verão
Coração tá tão sem dono
Não há mais o 3 de outono.
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