Apenas um espaço para livre expressão dos meus pensamentos, das coisas que eu entendo ou não, de textos e poesias de terceiros, ou qualquer outra coisa que der na telha. Afinal, a internet nos permite tudo isso e muito mais. That's all!

28 fevereiro, 2006

Sobre velhos, jovens e marchinhas de carnaval

(ou palavras bêbadas para a bela jovem)

De tão velho sou tão moço
Brinco nas cordas do teu corpo
Choro nas curvas do teu violão
Sambo nas lágrimas do teu choro

De tão bobo sou tão louça
Quebro no "não" do teu olhar
Caio no chão da tua sandália
Sangro debaixo dos teus pés

De tão belo sou tão surdo
Morro nas vozes que me negam
Deito no som que me carrega
Canto nos cantos que me cegam

Tudo isso me sonega
Tanto quero e pouco faço
Ou talvez eu faça muito
Mas nem mesmo isso tudo
É tão muito pro teu mundo.

24 fevereiro, 2006

sobre foliões solitários...

(ou sobre saudades do Magu)

enquanto isso, um folião, aparentemente solitário
e certamente embriagado, se diverte em trajes típicos,
pilotando seu ônibus invísel como fosse o próprio Barbosa.

22 fevereiro, 2006

trechos de correspondência...

(ou sobre cartas que não chegam)

"... não sei pq, mas vc me cativou (lembro que aprendi o que significa o verbo "cativar" qdo li o pequeno príncipe, na quarta ou quinta série)... talvez vc me cativou por ser boba, maluca e moleque... talvez pq nunca me convida pra jantar na sua casa... talvez pq é bonita, talvez pq é magrela e fica brava qdo falo que vc tá gorda... talvez pq vc gosta de açaí e eu de cerveja... ou talvez não seja nada disso... sinceramente, não sei... só sei que foi ótimo ouvir vc falando: "ahh, liguei só pra falar oi".

21 fevereiro, 2006

sobre colação de grau...


Um dia olharemos para trás e veremos como nossa vida foi um fiasco. Nossos sonhos de criança nunca se realizaram. Nunca seremos astronauta, nem jogador de futebol, nem roqueiro, nem artista de circo. No máximo um mágico, que tem que viver de ilusões para esquecer o quão dura a vida é. No máximo um palhaço, que tem que fazer seus filhos rirem das desgraças do mundo, mesmo não achando graça em nada daquilo, mesmo não sendo tudo que um dia sonhou ser, mesmo não tendo tudo aquilo que um dia fingiu buscar.

Um dia olharemos para trás e veremos as oportunidades do passado escapando por entre os dedos de uma mão tão jovem e já tão trêmula. Veremos uma pessoa tão insegura quanto a segurança que ela busca, tão instável quanto a estabilidade que a cerca, tão infeliz quanto o sorriso que carrega na cara para cima e para baixo. Quase tudo era feito de plástico, desde as roupas até os gestos, desde o olhar até as lágrimas. Só os sentimentos eram verdadeiros, mas não conseguiam sair para que o mundo os vissem. Vez ou outra tinham seus quinze minutos de fama, em atos de pura insanidade, mas que não foram suficientemente insanos para que a vida começasse a brilhar.

Um dia olharemos para trás e lembraremos do dia em que assistimos àquele belo e triste filme, que falava de amor e revolução, tudo em busca da felicidade constante e real. E mais uma vez perceberemos que nada fizemos para buscar aquilo que, um dia, fingimos estar buscando. E mais um vez sentiremos a tristeza esmagar a falsa alegria. E mais uma vez iremos querer voltar ao passado para tentar consertar os nossos erros. E mais uma vez veremos que isso é impossível. E mais uma vez beberemos até o fim, cairemos no chão sujo, rasgaremos as fotos velhas, quebraremos os discos preferidos e atearemos fogo nos livros de Che Guevara.

E mais uma vez morreremos por um dia. Até que outro dia amanheça e nos obrigue a voltar para o trabalho e dar o que comer aos filhos banguelas. Filhos que um dia terão o mesmo número de dentes que nós. Filhos que um dia terão os mesmos ideais. Filhos que um dia terão as mesmas desilusões. Filhos que um dia não terão nada, apenas as lembranças de um passado que não aconteceu como deveria ter acontecido.
E disso eu tenho medo, muito medo.

19 fevereiro, 2006

sobre ontem...



palhaço do circo sem futuro
(lirinha)

sou palhaço do circo sem futuro
um sorriso pintado a noite inteira
um cinema do fogo, uma tarde embalada de poeira

o circo pegando fogo
o circo pegando fogo
palhaçada!!!
o circo pegando fogo
o circo pegando fogo

e a lona rasgada no alto
no globo, os artistas da morte
e essa tragédia que é viver
essa tragédia

tanto amor, que fere e cansa.

14 fevereiro, 2006

Mais uma que deu no New York Times

Confira quem não desgrudou do Trama Universitário e levou os prêmios da promoção "Leve o TU para suas férias"


Eles saíram de férias, mas não se esqueceram da universidade. Pelo menos da melhor parte dela. André Pires, Daniel Orellana e Monique Juchum levaram o Trama Universitário em suas viagens, fizeram xis e suas fotos ganharam a promoção "Leve o TU para suas férias.

O primeiro lugar levou um DVD Player Philips e produtos Vivo e Natura. Quem faturou foi André Pires, que vestiu a camisa, literalmente, andou as centenas de degraus até o Cristo e abriu os braços sobre a cidade maravilhosa.

Depois, Daniel Orellana levou o Trama Universitário até Praia de Calhetas, no Recife. No meio de seu passeio de buggy, surgiu uma placa com o logotipo do TU. Maravilhas da tecnologia. Ele ganhou o segundo lugar e, assim, receberá um MP3 Player Philips e também produtos Vivo e Natura.

A terceira colocada, Monique Juchum, abusou da criatividade e colocou o símbolo do TU num pôr-do-sol espetacularmente laranja. Mas melhor ainda foi o biquini da garota na foto, cheio de logotipos da Trama. As duas amigas posaram, disseram xis e a foto ganhou o terceiro prêmio: um Kit Trama Universitário.



foto na primeira página do site TU




foto inteira




Uma foto como qualquer outra, só para tirar onda no monumento mais famoso do Rio de Janeiro e do Brasil... não gostei do Cristo Redentor... é bem feio e não me passou nada de bom... eu tava numa ressaca do caralho e nem conseguia olhar pra baixo direito, pra apreciar a beleza carioca... o Pinguim, que tirou a foto, tava mais chapado nesses dias do que qualquer outra pessoa... saiu isso aí... mas gostaram... talvez a comissão julgadora apreciou o nome que coloquei na foto... "Cristo Bêbado"... talvez apenas pela camiseta, pela simplicidade do momento... talvez porque quem julgou tava mais bêbado que nós... talvez pelo enquadramento inovador da fotografia, sei lá, mas valeu... é tetraaaaaaaa!!!!!!!!!

12 fevereiro, 2006

XXI festival de marchinhas

(São Luís do Paraitinga-SP)

*foto por Jô Justi
*photoshop por mim mesmo

11 fevereiro, 2006

Canções numa noite escura

(ou sobre lobos e virgens)


canções que numa noite escura
saem do rádio e me atingem
me remetem ao passado
faz-me ver no nevoeiro

é lobão que vem chegando
pra comer a chapéuzinho
agressivo, louco e são
com olhos mata a presa

morde a roupa e cospe o corpo
deixa nua a inocência
chega a lua, transa e some
desmascara a bela jovem


e o vermelho do chapéu
feito rio vai embora
leva os ares de menina
e ensina o que é a vida

e ensina o que é viver
nesse belo mundo cão
que não ladra, mas devora
quem daqui não vai embora.

10 fevereiro, 2006

sobre a sexta-feira mais feliz da minha vida

ela se resume em poucas palavras
que aqui nem cabem de tão poucas
que aqui nem nascem de tão mortas
que aqui sequer nem mesmo existem

essa foi a sexta mais feliz
com pipocas e piruás
com sorrisos e banguelas
como a vida que nos cerca

essa foi a sexta mais feliz
tão bem cheia de vazios
tão minguada de conversas
tão extinta de palavras

essa foi a sexta mais feliz
de tão morto eu renasci
de tão triste eu me encontrei
de tão só eu sou alguém

essa foi a sexta mais feliz.

09 fevereiro, 2006

sobre retratos...

retratos de uma vida bêbada
esquecidos na mesa de um bar
para quem quiser olhar
para quem quiser levar

retratos de uma vida sã
jogados no chão sala
para quem quiser olhar
para quem quiser pisar

são só retratos para quem aqui passar
são uma vida para quem aqui esteve
são memórias, são lembranças
ou não são nem mesmo nada

enfim, são apenas retratos
retratos de uma vida feliz
vezes fútil, vezes produtiva
vezes dura, vezes simples

são apenas retratos de uma vida bela.

06 fevereiro, 2006

sobre amor e dor

"e sobre o fim do mundo"

do céu caíam facas em forma de chuva
da terra saltavam pedras em forma de fogo
da lua cuspiam balas perdidas com direção certa
do sol pingavam gotas de água fria e poluída

e de mim... de mim jorravam lágrimas de um coração partido.