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05 junho, 2007

sobre copos e corpos quaisquer..

Procurando a vida em um copo qualquer

Ainda sigo meu caminho
Uma bebida sem rótulo
Um piano empoeirado
Ninguém mais a minha volta

Ainda sigo, vou e volto
Uma menina sem nome
Um semblante moribundo
Ninguém mais a observa

Ainda sigo a te mirar
Um olhar sem muito brilho
Uma boca tão sedenta
Ninguém mais pra te amar

Nada é forte o bastante
E nada cessa seus desejos
O vinho seco sobre a mesa
É apenas sobremesa

Apenas doses vermelhas de solidão
É teu sangue, outra desilusão
E ninguém vê além da dor
E nada arde, nada aquece

Então decido, não apenas sigo
Olho, fito, encaro, levanto
Vou de encontro a tua fúria
Só assim para transpô-la

Passo pela barreira do teu não
E alcanço tuas mãos frias
Que tentam, mas não me evitam
Como se aceitassem mais uma aventura incerta

E a conversa não flui, um incômodo vai-e-vem
Cheia de perguntas sem respostas
E você está tão longe, quase ausente
Cheia das perguntas, das respostas

E a noite segue, a lua morre
O vinho acaba, o sangue ferve
O dia nasce e você some
Como entrou em minha vida, vai embora

E mais uma vez eu fico só
Morto naquela mesa de bar
Só que não desisto, sigo em frente
Procurando a vida em um copo qualquer

Mas por hoje chega, vou-me andando
Vou matar os meus desejos mais insanos
Cambaleando pelas ruas, só por hoje
Procurando a vida em um corpo qualquer.